terça-feira, 5 de junho de 2007

A Mula Manca




Sem dó , primeiro veio a dor, eu nem caí lá vem o coice;
Só pra ver no que dá e o que se paga;
Atrás de uma mula encabritada;
sem cabeça no pescoço, mas de bunda arrebitada;

Ri macaco! Um dia chega sua vez;
E NA PONTA DO QUEIXO FICA A MARCA, JUNTO DO PARA-CHOQUE, A BEIÇOLA;
Que aguenta, leva o tranco e ainda se amarra;

Vai tentando vai tentando esquecer ou tenta esconder;
Mas quando olha no espelho a desgraceira;
Até os pregos da ferradura enferrujada, que bagaceira;
Te acenam da cicatriz que se contempla;
E te remetem pro passado, pro infortúnio;
Quando se esperava lealdade, não as ancas da crueldade;

Ri macaco! Um dia chega sua vez;
E NA PONTA DO QUEIXO FICA o estrago, JUNTO DO PARA-CHOQUE, A BEIÇOLA;
Que seca e murcha com o gosto amargo;

Foi patada certeira e fora de hora, na cegueira a ferradura dura;
fria nas palavras vazias;
E os pregos lá no ego, crueldade.....
Os detalhes da indiferença.


2002

Leve na mala um par de esporas

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