quarta-feira, 27 de junho de 2007

A ERA DO ABORÍGINE DIGITAL - Prólogo



Viver não é preciso!


E talvez seja justamente essa imprecisão da vida que a torne uma aventura digna de ser desvendada a cada passo da jornada. A precisão no viver seria o cúmulo da chatice!
Crenças em destino e outras maneiras turvas de precisar a jornada humana no planeta são como miragens de um futuro feito de ilusão.

A ânsia e o medinho bom de alguma incerteza nos coloca na linha de frente da vida, nos deixa a postos para questionar o status quo e permite volatizar a dureza de um sistema que muitas vezes vai de total encontro a nossa essência

O aborígine, nômade instintivo, está sempre pronto para atender ao chamado das forças naturais que jamais se apresentam de maneira uniforme, com constância e muito menos precisão.
Essa sede por precisão nos atormenta e nos vemos empurrados e pressionados cada vez mais com a velocidade das mudanças em diversos aspectos de nosso cotidiano.
Como verdadeiros aborígenes digitais, devemos abraçar a mudança. Mas não um abraço passivo, devemos procurar saber até que ponto queremos influenciar essa mudança.

Quanto mais complexas e desafiadoras vejo as constantes mudanças ambientais de mercado e das organizações e, quanto mais dinâmicas e inesperadas as guinadas e reviravoltas provocadas pela abundância de maravilhas tecnológicas que estraçalham as bases da estrutura e técnicas gerenciais em voga, mais fica reforçada a importância de uma minuciosa análise dos fatores de caráter intrínseco do ser humano que possibilitem harmonizar interesses individuais e corporativos.

A medida que os fatores extrínsecos tornam-se cada vez mais atrelados à decisões colegiadas, multilaterais e transnacionais, eles se transformam, na mesma proporção, em variáveis distantes da esfera de influência e do controle do indivíduo. É por isso que as grandes organizações, com seus acionistas ocultos e tomadores de decisões mutantes, parecem ter vida própria e longe de ser uma vida humana।

É nesse contexto que o interrelacionamento pessoal assume o foco das atenções, reposicionando os binômios empresa-pessoa e empresa-sociedade a um papel de apoio e não de destaque no futuro do universo organizacional

O conjunto dos sentidos e das emoções que compõem a fonte primária dos insumos da tomada de decisão e motivação devem ser constantemente avaliados.
E para que possamos avaliar essas emoções e entender nossos sentidos precisamos antes de mais nada descobrir quais são nossos valores individuais


To be continued...

Leve na mala imprecisão.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Auto-indulgência

Já sei muito bem que a capacidade de amar é a condição básica da existência humana. Mas pondero até que ponto devemos aguçar a autocrítica e questionar o amor que sentimos, nossa maneira de amar.

Muitas vezes uma pitada de auto-indulgência, freqüentemente subestimada, se transforma no ingrediente que falta para temperar a receita mais simples de felicidade e satisfação pessoal.
Afrouxe o cinto da autocrítica, permita-se ser humano, seja humano consigo mesmo. A bravura que torna possível um ato de auto-indulgência, certamente também é capaz de fazer com que nos libertemos de fantasmas emocionais.
Uma corrida desesperada em busca do amor, ou qualquer se seus pressupostos representantes, pode levar a cegueira emocional.
Por outro lado, a incredulidade no poder de um sentimento de amor é a negação do poder criador e da própria natureza humana.
Mais que questionar e analisar o amor e preciso permitir-se sentir e respirá-lo antes de tudo.
Porque SENTIR É ACREDITAR, acreditar é VIVENCIAR, vivenciar é AMAR e amar...AMAR É A MAIOR DE TODAS AS DÁDIVAS...

leve na mala uma pitada de auto indulgência

terça-feira, 5 de junho de 2007

A Mula Manca




Sem dó , primeiro veio a dor, eu nem caí lá vem o coice;
Só pra ver no que dá e o que se paga;
Atrás de uma mula encabritada;
sem cabeça no pescoço, mas de bunda arrebitada;

Ri macaco! Um dia chega sua vez;
E NA PONTA DO QUEIXO FICA A MARCA, JUNTO DO PARA-CHOQUE, A BEIÇOLA;
Que aguenta, leva o tranco e ainda se amarra;

Vai tentando vai tentando esquecer ou tenta esconder;
Mas quando olha no espelho a desgraceira;
Até os pregos da ferradura enferrujada, que bagaceira;
Te acenam da cicatriz que se contempla;
E te remetem pro passado, pro infortúnio;
Quando se esperava lealdade, não as ancas da crueldade;

Ri macaco! Um dia chega sua vez;
E NA PONTA DO QUEIXO FICA o estrago, JUNTO DO PARA-CHOQUE, A BEIÇOLA;
Que seca e murcha com o gosto amargo;

Foi patada certeira e fora de hora, na cegueira a ferradura dura;
fria nas palavras vazias;
E os pregos lá no ego, crueldade.....
Os detalhes da indiferença.


2002

Leve na mala um par de esporas