terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mais Uma do Aborígine: SABOTANDO PRA NÃO MUDAR

Pensar, visualizar, querer, conseguir: os passinhos básicos da dança da metafísica que caíram nas graças do povão parecem ter conquistado nossa atenção e prometem ficar e mudar muita coisa. O inimigo interno agora foi desmascarado, mas ainda é difícil reconhecer quando nos rendemos e deixamos que ele toque o barco.

O constante exercício do querer pode ser a mais difícil das tarefas, mais do que crer sinceramente no merecimento do que queremos. O universo acaba dando tudo sim, isso já nem se discute mais. Agora, o caminho que percorremos para receber o que somos convictos merecedores torna-se o desafio. Os caminhos são tantos e tão diversos que precisamos estar prontos para as mudanças que as dádivas trarão.

O que chamo de medinho bom, preâmbulo da mudança, pode nos levar por caminhos mais suaves ou temerosos. Quando o universo bate em nossa porta prontinho para entregar o sonho, quentinho e do jeitinho que encomendamos, o inimigo interno tenta resistir e sabota, quebra a chave na fechadura. Pior ainda é sabotar pra não mudar o que queremos, quando o universo a toda hora nos presenteia com oportunidades.

Isso tudo não faria a mínima diferença se não fosse o tempo. E quanto tempo temos? Garanto que não muito. Não o suficiente pra cansar o inimigo interno ou aposentá-lo por tempo de serviço. A sacada talvez seja construir e carregar a própria máquina do tempo, criando nosso próprio referencial de tempo e espaço. Assim podemos começar a viver o resto de nossas vidas imediatamente. O tempo aliado combate o inimigo interior, nos faz valorizar até o simples ato de respirar.
A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen ensina “Inspirar une e reúne tudo que é justo, expirar libera e consuma, vencendo toda restrição”.
Aboriígines inventaram o Bungee jump e copiamos como forma de diversão não atentando para significados mais profundos. Eu mesmo vivi momentos no Bungee jump que hoje vejo não dei o devido valor.
Quando mergulhamos fundo numa aventura vencendo o inimigo interno, o ar entra quase que por força própria uhhhhhhhhhhhhhhhhh... aquela inspiração desesperada da queda é involuntária, mas pode se tornar hábito se nos propusermos ao exercício. Uma vez dentro dos pulmões, expirar, consumar e vencer toda restrição é inevitável.
Respiremos em tempo então.

Leve na mala o medinho bom.