segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Marco - Retomando o passo

Pra entender que duas décadas voam no calendário aborígine. Os 5min. parado na Pacific Coast Highway olhando o Pier de Santa Monica me fizeram entender como as experiências dessa curta caminhada foram como as milhares de ondas que todos os dias quebram nos pilares do Pier. Dos antigos pilares de madeira do final do anos 80 aos modernos pilares anti terremoto que agora seguram uma enorme montanha russa no deck, muitas ondas quebraram ali, deixando pequenas marcas, as vezes invisíveis a olho nu. Mas as décadas não escondem o efeito acumulado das ondas. Lembro como se fosse ontem: eu dirigia pela PCH, passando em frente a esse mesmo pier, voltando de Malibu, quando ouvi no radio que os EUA tinham acabado de iniciar o ataque ao Iraque na Operação Desert Storm. De la pra cá as décadas passaram e as guerras continuam com os mesmos propósitos.

Manutenção, renovação, reconstrução sempre. As ondas continuarão quebrando. E o Velho Pier continua lá, sob ameaças de tisunamis e terremotos e, se mudarmos o referencial, é o pier que parece eternamente caminhar sobre as ondas. Reviver o passado deve ser uma oportunidade para o entendimento e não para o remorso ou arrependimento.

Entre o último Marco e agora milhares de ondas vieram, confesso que a devida manutenção me custou alguns pilares, tisunamis e terremotos também causaram bastante destruição. Mas é a hora da retomada do Aborígine, reconstruindo os pilares cada vez mais fortes e aprendendo a tábua das marés.

A busca pelo ponto de equilíbrio não chegou ao fim, parece mesmo é que nunca acaba. O norte na bússola continua no mesmo lugar, imutável.


Leve na mala: uma bússola com seu próprio norte.