segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Da Solidão ao Pacotão : Pra onde caminha o Aborígine

Quem convive um pouco mais intimamente comigo já ouviu falar no Pacote Completo entre outros termos não convencionais que invento para definir algumas coisas da vida. Dizem que sou idealista, que na “vida real” não funciona etc.

Mas eu nem sei o que é uma vida que não seja a “real”, então continuo com meu Pacote Completo no topo das prioridades. Por conta disso que faz tempo quero parar e escrever sobre solidão e a dignidade imbuída nessa fase da trajetória do aborígine. E digo fase, já que minha crença prevê o dividir como meio de evolução espiritual e a solidão apenas um passo da caminhada.

Desfrutando de inúmeras viagens solitárias (mais de 600 mil milhas voadas nos últimos 10 anos e outros tantos milhares de kilômetros via terrestre), tive o privilégio de abraçar momentos únicos que só a solidão pode oferecer. Caminhar pelas Ruas de Marrakesh, Taipei, Manila entre outras cidades intrigantes, descer de lambreta pela Côte D’azur ou Subir a Pacific Coast highway numa Ninja 600, pilotar o Piper de 2 assentos sobrevoando os desertos da Califórnia proporcionaram momentos extraordinários de reflexão e auto-conhecimento.

Boa também é a solidão embalada pela música:tocar uma violinha nas dunas do Campeche ou numa noite fria no banco de concreto em frente a Igrejinha na 308, nas pedras do Arpoador ou nos penhascos vulcânicos na ilha da Madeira foram oportunidades únicas de absorção, através de todos os sentidos, de tudo que a solidão tem pra oferecer.

Muitos ainda insistem em rotular a solidão como uma doença, uma maldição que assombra.

Ainda há quem insista menosprezar o valor desse estado de consciência. Assim como nossa visão míope não nos permite enxergar melhor mesmo diante de toda essa tecnologia, que deveria servir para perpetuação de todos os terráqueos invertebrados ou não. Uma visão ultrapassada do que seja romantismo e relacionamento nos impede de caminhar modernidade adentro.

A visão secular, ultrapassada, e característica de uma sociedade dominada pelo poder sexista, pode ter ainda um último suspiro de romantismo, de almas gêmeas que se complementam, de amores baseados em complementaridade e dependência. Mas à medida que expandimos nossa consciência coletiva, vencendo sexismos e outros pré-conceitos medievais, podemos chegar ao equilíbrio pleno no qual seres maduros e independentes juntam-se para compartilhar e, sinergicamente, dar um salto a diante.

Talvez toda a inquietude nos relacionamentos, desde a adolescência foi fruto desse instinto aborígine. Alguma coisa no universo me dizia que interdependência, complementaridade, abnegação e sacrifício não combinavam com a vida a dois.

Segui meu caminho deixando esse instinto guiar e muitas vezes o perrengue foi grande. Machucar e se machucar no processo de amadurecimento a dois é natural. As expectativas é que são de pirar o cabeção.

Aos 38, com uma carreira eclética mas vida profissional definida, ainda sem filhos, sem nunca ter sido casado, gostar do sexo oposto, ser saudável, sem muitas mazelas morais e sem passagem na polícia, acabei entrando para clube dos “freaks” - Óbvio que alguma coisa de muito errado esse cara tem. A desconfiança é grande e dá pra sentir pelo tom e maneira com que perguntas corriqueiras são colocadas.

Acho que se deve ao fato de a solidão ter assumido uma carga negativa e muito mais pesada que a palavra mereça. Coitada da solidão, existe no mundo pra nos ajudar a enxergar coisas preciosas e só o que fazemos é malhar a pobre.

Descobri uma profunda dignidade na solidão, vou chegar aos 40 capaz de saboreá-la junto com um bom vinho e agradecer tudo que ela me ensinou, me tornando pessoa mais completa, independente, confiante e segura que buscava ser aos 20.

Claro que aprendi muito me embaralhando em relacionamentos, buscando repostas, mas muitas delas só a solidão trouxe. Abraçar a solidão e viver esse momento para buscar o auto-conhecimento, maturidade e independência emocional é o instinto aborígine.

A união entre duas pessoas não deve ser pautada na complementaridade e muito menos na interdependência. A grande sinergia de uma união reside justamente na independência emocional e autonomia de cada um. Só assim será possível dividir de verdade, não cabendo cobranças, sacrifícios ou inseguranças tão freqüentes.

Já ouvi “eu largava tudo pra ficar com fulano” e também ouvi demais “não vou largar tudo pra ficar com beltrano”. É aí que entra o Pacote Completo, não é uma questão de largar isso ou aquilo, é uma questão de “pegar” tudo. É a beleza da autonomia e independência que permite abraçarmos as oportunidades de ter o pacote completo.

Agora como diria a “Paty pressão” cada um com seu cada qual. Podemos encontrar a outra metade da laranja, a tampa do nosso topware, a alma gêmea, e seguirmos em frente. Mas podemos também encarar o tipo de relacionamento que nos torne cada vez mais independentes, autônomos e cada vez mais capazes de verdadeiramente dividir tudo que temos, tudo que sentimos e tudo que somos sem perder a individualidade, multiplicando infinitamente o amor que existe em todos nós. E nesse momento... aboríginezinhos vão poder crescer muito mais felizes.

Leve na mala uma pitada de solidão.

10 comentários:

Anônimo disse...

Já li frases dizendo que enquanto a pessoa certa não aparece a gente deve se divertir com as erradas, mas será que a pessoa certa existe? Será que exite gente que encontra essa pessoa certa? Pra mim a pessoa certa nunca nos magoa, faz tudo que a gente quer, vê felicidade onde vemos felicidade, vê tristeza onde vemos tristeza, pensa igual a gente. faz sexo como ninguém, é companhia certa, sempre na hora certa, nos faz sorrir ao acordar e ao dormir, eu não acredito que exista pessoa certa, alguém tem sempre que ceder numa relação porque as pessoas são diferentes, pensam diferentes, tudo na vida vai se tornando cada vez mais difícil no decorrer do tempo, dos anos, dos séculos e relacionamentos não ficam fora disso, acho que daqui pra frente iremos nos tornar cada vez mais solitários, cada vez mais distantes de encontrar a pessoa certa, vivemos no mundo da individualidade, daqui a algum tempo creio eu que nem a pessoa errada mais teremos, seremos uma grande massa perdida num mundo de solidão.
Às vezes perdemo-nos no nosso próprio vazio, perdemo-nos nas nossas angústias, em nossas dúvidas, em nossas aflições, queremos conselhos apesar de nunca segui-los, queremos um abraço mais forte mesmo sem o calor dele sentir, precisamos de atenção mas quando a obtemos fugimos dela e quando atenção não temos, ficamos mal nos sentindo sozinhos, desamparados, procuramos Deus, procuramos a família, os amigos, ou fugimos deles, reclamamos que não alcançamos o que queremos sem nem se quer saber o que queremos, viver é tão complicado quanto escrever esse texto... afinal até agora não sei do que estou falando, melhor dormir, talvez os sonhos me respondam questões que me confundem...

as vezes o que parece ser um pacotinho bem pequenino e sem importancia se transforma repentinamente em pacote completo(pacotão),tudo que nao esperava ,tudo que nem imaginava ,transformação imediata e so abrir esse pacotinho com cuidado e sem ansiedades ...dê importancia aos pacotinhos tbm...bjosss!!

leve na mala tbm a esperança de encontar um pacotinho!!!

Beto Menescal disse...

Bem colocado, e justamente não existe a pessoa certa, nós somos a única pessoa certa, o pacotinho faz parte da caminhada rumo ao pacotão com certeza, solidão é fase, necessária, mas fase. A grande massa perdida em solidao pode ser justametne aquela que escolheu o pacotinho... que significa talvez meia-solidão, mas aí essa solidao deixa de ser fase e torna-se fonte de sofrimenteo e nao de aprendizado rumo a patamares mais elevados de consciência e bem estar.Concordo com você ser anônimo.

Anônimo disse...

"Pensando bem
Em tudo o que a gente vê, e vivencia
E ouve e pensa
Não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa
Que se você for parar pra pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa
faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas.
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada." (de Luiz Fernando Veríssimo).
E eu concordo com ele. E concordo com você anônimo. Penso uma coisa também: que tipo de desculpas a gente usa pra se afastar ou afastar o outro? O pacote completo às vezes pode estar na nossa frente, mas não soubemos reconhecê-lo. Talvez porque ao contrário dos filmes românticos, não tenha uma música de fundo e os movimentos não aconteçam em câmera lenta. Talvez porque os sinos não toquem, ou talvez porque um pacote completo não exista! Às vezes a embalagem é bonita, mas tem pouco conteúdo. Às vezes, é justamente o contrário. Ou então nosso pacote completo pode não reconhecer a gente como "o pacote". E o pior de tudo, se não se encaixar naquilo que de alguma forma eu predeterminei como qualidades de um pacote ideal (consciente ou inconscientemente), talvez me passe completamente dasapercebido. Acho que estar com alguém simplesmente pra tapar buracos e carências muito triste. Mas, parodiando um grande amigo, que sabe mais sobre pacotes do que acho que jamais vou saber, acho que estamos na era dos "multivíduos", ao contrário dos indivíduos. Cada pessoa com quem escolhemos conviver satisfaz a sua maneira algo de que precisamos. Uma pode ser ótima pra ir ao cinema, mas não é tão legal assim pra ir jantar. Outra pode ser ótima companhia pra uma festa, mas não é legal pra conversar assuntos mais sérios. Não justifico com esse pensamento a futilidade das relações fugazes (que posso também desejar eventualmente), até porque na maioria das vezes usamos este comportamento pra evitar entrar em contato, e continuar num padrão confortável de não intimidade, que infelizmente todos seguimos em maior ou menor grau. Estar só é também uma escolha. Gosto de pensar que sou vários pacotes, em diversas embalagens, que são como camadas. Gosto de reconhecer estas qualidades nas pessoas que eu encontro. Ah...nunca encontrei um pacote completo.

Anônimo disse...

Lindo texto aborígene... e grata surpresa encontrar seu blog. A solidão é o bem ou o mal necessário para todos nós... a medida é que precisa ser acertada.

Alguns de nós trazem uma insatisfação, uma grande interrogação... que se mesclam com momentos de euforia e de melancolia profunda. É, somos todos bipolares rsrs

Para muitos eh esse sentimento que impulsiona a vida... saimos em busca das respostas e acreditamos que ela esteja em nós mesmos... alguns se dão por satisfeitos quando encontram o tal do pacote - e a satisfação se dá pela aceitação e por sentirem que aquela tal interrogação já não incomoda mais...

Os detemidos investem em viagens solitárias, se entregando a introspecção e a provação. É um misto de provar que se pode viver sozinho ou provar para si mesmo que não é possível.

É possivel viver só sim... e poder fazer isso em lugares tao especiais como nosso lindissimo aborígene nos relatou é uma experiência única.

A solidão tem seus benefícios... nos possibilita entrar em contato com nós mesmos e nos conhecer. Se a busca for honesta... é bem provável que não gostemos do que vamos ver. Acredito que se autoconhecer vale se gerar alguma mudança de comportamento... não aceito que estamos nesse mundo para voltar do mesmo jeito que chegamos!

Na mala tem que ir so uma pitada mesmo de solidão... a certeza que nos viramos bem, podem nos fazer seres duros e egoístas.

E sobre o pacote... acho que todo mundo quer aquela sensação que João de Santo Cristo teve ao ver Maria Lúcia... "Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu.
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele
Pra ela o Santo Cristo prometeu"

So que isso acontece poucas vezes... e não é o fim. Solidão e sofrimento nos fazem mais duros... isso de uma fulana certa para o cinema... outra para isso e outra para aquilo, é, com todo respeito, ridículo e demonstração de muita pretensão.

No mínimo desculpa para não encarar um relacionamento decente ou para nao ficar sozinho. Encarar suas escolhas de frente e ser honesto com quem nos envolvemos é fundamental. É dar tratamento de pacotinho ao outro no sentido mais que pejorativo!

Relacionamento é parceria. Tem que haver uma troca. O que pode gerar cobranças... afinal não é todo mundo que teve a oportunidade de fazer uma expedição ao mundo do auto conhecimento. Geralmente indivíduos autônomos e independentes não dividem verdadeiramente. Para que a multiplicação aconteça forças precisam ser unidas rumo a um objetivo comum. Para juntarmos forças precisamos confiar no outro e principalmente em nós mesmos.

Uauuu... uma carta rsrsrs
Lindissimo aborígene, ponha nessa mala confiança no amor, humildade e TEMPERANÇA rsrs. Não pesam e libertam. Bjo e siga escrevendo!

Anônimo disse...

A diferença e suas características,
defeitos e qualidades (pacote completo)
Realidade a dois inicia-se com sonho,
que pode evoluir, se ambos aceitarem o pacote completo (hehehe)
eu acredito que a vontade de amar supera qq defeito que alguem possa ter
tudo é construido e nada cai do ceu...basta sentir amor e ser paciente ,que tudo se transforma ,aceitando assim os defeitos e qualidades ..sem exigir demais ,sem esperar demais ,basta so olhar melhor com os olhos do coração e deixar fluir o amor ,sem preocupar-se muito com o amanhã,sem idealizar pessoas perfeitas ..é so aceitar que nesse "pacote completo"haverá tbm defeitos ..assim aborigenzinhos surgirao de pura felicidade..rss
esse relacionamento que tanto procuras so vai depender de voce,
eu tenho conciencia disso..
apenas aguarde uma pessoa que tb pense assim e que esteja disposta a vivenciar e querer todo esse amor na sua totalidade ,agarrar com força todo esse sentimento lindo e transformar tudo em "AMOR MAIOR"..paráaa de querer pacotão(DESISTA)..isso não existe!!E qdo perceber o tanto que sua busca foi em vão ,sem exigir muito e sem idealizar pessoas que não existem..E é ai que essa pitada de solidão vai acabar

Só mais um ultimo comentário..rss

Essa foto que tu postou caro aborigine ..ta showww ,fiquei muito tempo admirando e refletindo sobre várias coisas que escreveu..., linda demais!!...até nas fotos tu transmites sentimentos,combinou muito com seu texto,mas uma vez parabéns!!

Luz, paz e amor procê Baby !

Anônimo disse...

Encarar as escolhas de frente começa por aceitar que não vamos ser tudo aquilo que o outro precisa num parceiro ideal e vice-versa. Aceito que as pessoas não estão comigo pra satisfazer minhas expectativas, que elas são como são, e acho que amor verdadeiro envolve aceitação e entrega: aceitar que o outro não é perfeito, que não é o ideal, e que eu também não sou. Mas ter disposição pra estar ali presente, se conectar através do coração, deixar o outro entrar em mim. A viagem é sempre solitária, nascemos sozinhos e vamos deixar esta vida da mesma maneira. O processo de crescimento é individual, mas as pessoas podem crescer juntas, cada uma no seu tempo. Não acho que seja ridículo ou muita pretensão aceitar que não somos o mundo pra alguém, acho que é necessário muita humildade pra reconhecer que aquilo que eu entendo por amor pode ser completamente diferente do que outras pessoas entendam.E veja bem, estou falando sobre o que eu entendo e não sobre o amor em si; este simplesmente é e não tem definição. Acho que é possível viver só, e as pessoas que aprenderam como fazer isso provavelmente têm muito mais a oferecer num relacionamento.Nesse sentido, entendo a solidão, como um estar inteiro em mim, ao contrário de ser uma meia laranja ou uma panela sem tampa. Mas estar com alguém também ensina muito sobre nós mesmos, inclusive o tamanho da nossa disposição para estar num relacionamento e lidar com tudo que ele traz. Quem ama às vezes vai se sentir inseguro, às vezes vai ter ciúmes, às vezes vai ficar cansado. Isso é honestidade.Definir as pessoas em pacotinhos ou pacotões, isso eu acho pejorativo.Definir o outro desta maneira limita as possibilidades, é aquilo e pronto. Já definir a mim mesmo acho válido: o que eu sou, o que eu quero, como escolho viver, com quem escolho me relacionar, ou não. É o que eu entendo como processo de crescimento. E concordo, é difícil e muitas vezes dolorido.Pra confiar em alguém, preciso primeiro confiar em mim mesmo. De todo jeito, argumentar sobre pontos de vista diferentes é sempre válido, e não é necessário que as pessoas concordem. Sendo o aborígene alguém com personalidade e definição interna, é natural que as pessoas que se interessam pelo que ele escreve também sejam assim. Levar na mala abertura pra outros pontos de vista pode ser interessante.

Um abraço

Beto Menescal disse...

Que bom ouvir outras opiniões. E concordo plenamente quando foi colocado que não se deve classificar pessoas como pacotão ou pacotinho. Na verdade esse é um termo auxiliar para justametne tentar descrever um pensamento sobre o que considero como o conjunto propício para o crescimento da quadrinidade. Classificar pessoas, rotulá-las seria adentrar o perigoso terreno da generalização e pré-julgamento...condições favoráveis para surgimento de preconceitos nocivos que tanto procuro me afastar.

Anônimo disse...

Interessante tantas opinões diferentes sobre o mesmo pensamento...já tinha passado por aqui algumas vezes, e me pareceu muito coerente a definição do "pacotão". Já fui pacotinho,sei o que pode trazer a definição de não ser o esperado....já fui pacotão, com o mesmo peso que o pacotinho traz. Acho sinceramente, que a forma com q se encara o caminho, define o objetivo da caminhada. Poucos chegarão ao topo da montanha, e desses, muito menos ainda, saberão apreciar que é o caminho o que realmente importa.
Por vezes, a solidão me consome, me afasta da busca do auto-conhecimento, mas é a certeza de que ela pode trazer novos horizontes que me faz continuar caminhando...Alguém aí já pensou que pela natureza humana "pacotinhos" se transformam em "pacotões" por não estarem acessíveis? Essa é a grande resposta que busco nos momentos de saudável solidão! Porque o ser humano, tão capaz de compreender o mundo quanto o aborígene q escreveu o lindo texto, não consegue se ocupar tanto do aqui e agora? Talvez o pacote completo passe pela nossa vida, enquanto nos tornamos pacotinhos em busca de algo maior. Não tenho certeza de que meu pacote completo já passou pela minha vida, enquanto eu buscava um pacotão que estava presente, e eu não pude perceber.Certezas e incertezas....essa é a busca original do aborígene. A sabedoria de saber o distinguir o transitório do permanente. Tenho a certeza das raízes!!! Nem sempre sou um aborígene tão capaz, nem sempre tenho tamanha certeza. Mas certamente sou alguém que ainda se sente familiar perto de pessoas que buscam, de diversas formas, o mesmo entendimento!
Ainda possuo medos incompreensíveis, mesmo entendendo a solidão como parte iluminada do caminho. Ainda me sinto frágil perto de sentimentos que apenas um "não-aborígene" poderia compreender.Mas ainda tenho certeza de que a busca pelo equilíbrio vale a pena!
Lindo o texto, lindo o sentimento que o motivou....mas provavelmente é mais linda ainda a realidade que o cerca.Aborígenes que aceitam as limitações, e aceitam o presente, se tornam mais capazes de enxergar, mesmo míopes, a realidade de pacotes reais. Desejo boa sorte.... aos pacotinhos tb!

Beto Menescal disse...

Dicinário do Aborígene:
-Pacote Completo: 1- Conjunto de variáveis que compõe a experiência do ser encarnado.(relacinomaneto afetivo, amoroso, realização intelectual, pessoal e profissional, comunhão com a divindade no caminho da evoluçao espititual. 2-Consiste no alinhamento de valores, pensamentos e ações que proporcionam estado inigualável de paz interior e capacidade infinita de influenciar o meio material e espiritual. 3-é o estado de consciência onde o querer, o pensar, o crer mererecer, o agir e o aceitar encontram-se pelnamente alinhados.

Lili (Eliana Miranda) disse...

Adorei o dicionário aborígene!
Surpresa com tamanha beleza da sua alma. Combina perfeitamente com a sua beleza física...
Te conhecer "assim" é uma grata surpresa.
Te via e não te enxergava...rsrs